Da lógica de O Capital à "lógica" do capital: notas críticas a Helmut Reichelt
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Antonio Jose Lopes Alves
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UFMG
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Neste trabalho se objetiva apresentar uma apreciação crítica dos principais lineamentos do pensamento de Helmut Reichelt no tocante ao estatuto conceitual da categoria marxiana de capital. Segundo o autor esta possuiria caráter lógico, conforme se encontra consignado em uma de suas obras recentemente traduzida entre nós, Sobre a Estrutura Lógica do Conceito de Capital em Karl Marx. Cotejar-se-á a partir daí a abordagem em questão com o disposto no próprio texto marxiano. Buscando-se assim aferir no exame de seus elementos constituintes o grau em que o autor alemão efetivamente se aproxima do teor analítico de Marx, assim como o quanto dele se afasta, em especial quando atribui um papel resolutivo e determinante a um aspecto que seria antes determinado. Uma vez entendida a categoria capital como forma social de produção e reprodução da riqueza, a lógica real do modo de produção capitalista, ou seja, o modo específico de articulação das suas categorias formas sob a vigência do primeiro é que encontrariam ou deveriam encontrar na elaboração marxiana sua expressão como Gedankenkonkretum. Em outros termos, tratar-se-ia de um problema cujo núcleo reside não, primeiramente, na resolução metodológica ou lógica das categorias, mas na relação destas com os contornos categoriais particulares e determinados que os elementos e interações por aquelas expressos tenham na realidade histórico-social concreta e específica do capital. As categorias perdem sua aparência imediata de natural ou em geral para revelarem seu conteúdo historicamente determinado e situado num complexo finito e atualmente existente. Por exemplo, a possibilidade de se ultrapassar o horizonte metodológico de Ricardo, como quer Reichelt, não é ela mesma resultante de uma mudança puramente epistêmica, mas uma reconfiguração da compreensão do escopo das
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Marxismo
- 18.10 | Terça-Feira | sala 56| 10h20
- sala 56
- 18/10/2016