O liberalismo de metas coletivas de Charles Taylor
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Fernanda Müller Corrêa
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UNISINOS
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Nas sociedades democráticas liberais do Ocidente, caracterizadas pelo multiculturalismo, ou seja, por um pluralismo cultural, haja vista o intenso fluxo migratório, surgem demandas por reconhecimento de identidades culturais. Trata-se de uma sociedade em que a noção de dignidade igual não basta, havendo a necessidade também de se reconhecer as diferenças. O Estado liberal é fundado pela noção de neutralidade e universalidade dos direitos individuais e, por isso, um grande desafio surge para este Estado quando se tem diversas comunidades de culturas distintas dividindo um mesmo espaço público. Assim, surge a questão de se seria possível pensar uma política alternativa ao liberalismo tradicional, que conciliasse direitos individuais e direitos coletivos, para dar conta dessas demandas por reconhecimento. Charles Taylor, então, em seu texto A política do reconhecimento, propõe um liberalismo de metas coletivas que, ao mesmo tempo em que promove direitos coletivos, a fim de garantir a sobrevivência de culturas minoritárias, não viola direitos individuais de caráter fundamental. O que Taylor objetiva, então, é pensar um liberalismo que não seja cego às diferenças, defendendo as noções de sobrevivência cultural e de reconhecimento de igual valor para a construção de uma sociedade mais justa. Portanto, dada a inquestionável importância da contribuição da política do reconhecimento de Taylor para o debate filosófico contemporâneo sobre o multiculturalismo, o presente trabalho pretende, num primeiro momento, abordar os desafios do multiculturalismo, para num segundo momento, analisar a proposta tayloriana de um liberalismo de metas coletivas e suas implicações.
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Ética e Filosofia Política
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 23| 10h40
- sala 23
- 21/10/2016