Foucault, leitor de Kant: antropologia e arqueologia
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Marcelo Hanser Saraiva
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UNICAMP
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Esta pesquisa se situa no marco relativamente recente de investigações sobre a leitura que o filósofo Michel Foucault (1926-1984) realiza acerca do filósofo Immanuel Kant (1724-1804). Concentramo-nos no período inicial de recepção do filósofo alemão pelo francês, a saber, aquele que se costuma denominar período arqueológico, tendo por texto-chave a Tese Complementar de 1961. Num primeiro momento, o objetivo é entender a leitura específica que se faz de Kant contida nessa última obra, visando principalmente a distinção identificada por Foucault entre a priori, originário e fundamental, tida como a articulação autêntica do Philosophieren. Num segundo momento, partindo do anúncio de Foucault de que o filosofar depende de uma forma de repetição do gesto kantiano, perscrutamos como tal leitura pode servir de entrada para problematizações e conceituações foucaultianas mais ou menos contemporâneas, a saber: o diagnóstico de época acerca do sono antropológico (desenvolvido em As Palavras e as Coisas, mas já presente na Tese) e a possibilidade de se desvencilhar do peso que ele exerce sobre nossa tradição moderna: e os problemas da verdade e da liberdade na obra de Foucault desse período, traduzidos, no primeiro caso, em um projeto arqueológico e, no segundo caso, na busca por experiências-limite (a transgressão e o fora).
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Criticismo e Semântica
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 33| 10h30
- sala 33
- 21/10/2016