Memória, subjetividade e existência
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Hugo Pires Júnior
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Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia
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A memória é uma área de saber multidisciplinar e em constante processo de construção. As relações estabelecidas entre memória e os campos diferenciados de saberes se fazem pelas categorias que os integram e que lhes oferecem definições e caráter analítico próprios interpenetrando os objetos de estudo da memória. Este texto tem o intuito de discutir movimentos evidenciados por pensadores que, dos seus lugares de saberes, elaboraram conhecimentos que contribuíram com a área da memória fomentando suas epistemes, integrando-as em uma formação de saberes diversificados, como o sociólogo Halbwachs que desconsiderando o caráter individual da memória estabelece-a como aquilo que é lembrado a partir do pensamento da coletividade, ou seja, o que é lembrado assim o é, porque é parte das edificações sociais que o individuo empreende no seu dia-a-dia. Halbwachs imprime movimentos à memória que introduz a noção da memória coletiva, mesmo considerando a não existência de um corpus teórico próprio e único que delimite seus saberes. Em sua nova sociologia Halbwachs da ênfase ao individuo e a sua natureza estabelecendo-o sob o conceito da solidariedade não confiando que a natureza humana possa ser animada por impulsos subjetivos e egoístas, apenas. Há nesta forma de estabelecer a memória, a noção de uma subjetividade que é aquela que se edifica na existência buscando o ser em sua singularidade, na forma de Kierkegaard, do Pós-Escrito e das Migalhas e do próprio Foucault, do cuidado de si. A categoria subjetividade passa também, pelos caminhos da psicologia cientifica nascente de Wundt, a Freud chegando a Bartlett que retoma a questão considerando a memória como o atributo do indivíduo como de um grupo social que deslinda da multidão para adentrar à sua subjetividade alcançando a percepção, à imaginação e o pensamento construtivo
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Kierkegaard
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 35| 10h20
- sala 35
- 21/10/2016