Entre moscas e viandantes: uma finalidade do conhecimento para o espírito criança na praça pública?
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Sérgio de Oliveira Santos
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Unesp/RC
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Na História da Sexualidade 2, Michel Foucault destaca o ensaio como o corpo vivo da filosofia, posto que este seja um exercício ascético, um exercício de si no pensamento que dispõe ao ser humano o ato de conhecer não como mera apropriação de algo com uma finalidade comunicativa, mas, sim, a possibilidade de trazer movimento, descaminho e transfiguração àquele que conhece. Nesse sentido, o conhecer é algo necessário, mas o conhecimento não, tendo que este último seja constituído por jogos de forças que atuam nos seres humanos e sua potência ou o seu quantum de força esteja atrelado ao seu grau de incorporação de outras forças e suas possibilidades de descarga. Por sua vez, a educação formal, aquela que acorre dentro dos muros das instituições, com seus lugares e funções prévias e muito bem definidas, sobretudo os/as dos que professam e dos desprovidos de luz (professores e alunos), tem, junto de interesses diversos (produzir mão de obra qualificada e dócil, por exemplo), firmado seus processos educativos no direcionamento da força dos educandos e na limitação das possibilidades de descarga da mesma. Ao retomarmos Foucault e compreendermos junto dele que filosofar é o trabalho crítico do pensamento sobre o próprio pensamento nos voltamos para a complexidade do campo educativo formal contemporâneo e problematizamos alegórica e metafóricamente as possibilidades de uma das três transmutações do espírito propostas por Nietzsche, a criança, junto de suas relações com moscas e viandantes. Como desdobramentos obtivemos um debate sobre a finalidade da educação a partir do aforismo 360 da Gaia Ciência e do quarto parágrafo de Sobre o nascimento da tragédia na obra Ecce Homo de Nietzsche e de uma interpretação do Eterno Retorno no que tange ao direcionamen
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Filosofar e Ensinar a Filosofar
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 42| 10h00
- sala 42
- 21/10/2016