O CONCEITO DE ALIENAÇÃO: UMA ANÁLISE A PARTIR DE MARX E ROUSSEAU
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Gerson Lucas Padilha
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UNIOESTE
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No curso da tradição iluminista, Rousseau foi o autor moderno que inicialmente diagnosticou, com maior profundidade, alguns aspectos relacionados à teoria marxiana da alienação, embora, num segundo momento, ratificasse suas causas. Rousseau, ao descrever com verossimilhança histórica a origem da história humana e da constituição determinada de laços sociais, consigna a instauração da alienação mediante o estabelecimento da propriedade privada aliada ao surgimento das comparações e da competição estabelecida entre os homens. O estabelecimento desses artifícios sociais, associado à instauração do pacto dos ricos, possibilitou aos poderosos levarem a termo a exploração material e espiritual dos oprimidos. Neste contexto, podemos dizer que Marx foi influenciado por Rousseau ao determinar a teoria da alienação como fundada na propriedade privada dos meios de produção. Nesse sentido, o gesto teórico de Marx, ao fazer a crítica ao Estado burguês, pode ser tido como semelhante à crítica que Rousseau empreendeu ao pacto dos ricos, que era ilegítimo, pois implicaria na fundação de um poder estatal perverso aos menos favorecidos socialmente. Além disso, Rousseau, em sua matriz teórica, propõe o estabelecimento de um segundo pacto social, agora legítimo, pelo qual os indivíduos alienam ou concedem à comunidade sua liberdade, sua vida e seus bens naturais, em troca da preservação dos seus direitos civis: liberdade civil, propriedade, igualdade política, jurídica e moral, a fim de gozarem da felicidade aferida no contexto republicano. Desse modo, se observa a ratificação de Rousseau aos direitos burgueses no contexto do dever ser dos princípios do direito político, que fundamentam uma república bem ordenada. Rousseau pretende solucionar os problemas percebidos na sociedade, tais como a transformação do amor de si em amo
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Marx e a Tradição Dialética
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 55| 10h20
- sala 55
- 21/10/2016