Lênin e a Tradição Dialética
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André Koutchin
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UNICAMP
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Por muito tempo, diversos pensadores marxistas aceitaram que Lênin haveria exposto suas principais concepções filosóficas na obra Materialismo e Empiriocriticismo, de 1908. Ali, segundo a maioria desses autores, Lênin teria assentado de forma definitiva os alicerces filosóficos do marxismo e do leninismo, sob a bandeira do materialismo dialético. Entretanto, mais contemporaneamente, essas leituras começaram a ser questionadas a partir das abordagens a respeito de sua obra póstuma, o compêndio intitulado Cadernos Filosóficos, escritos predominantemente entre 1914 e 1916. Diferentemente do livro de 1908, nos Cadernos a dialética em si, tal qual aparece e é desenvolvida na filosofia, ocuparia um lugar central. Em seus apontamentos e esquemas, Lênin revelaria uma apreciação, ao mesmo tempo valorizadora e crítica, do pensamento de Georg W. F. Hegel, cuja lógica, em sua essência o próprio método dialético, seria constatada e resumida com admiração em diversas passagens. Essa volta às fontes hegelianas do pensamento marxista, pautada pela necessidade de compreender adequadamente um mundo que se transformava de forma drástica, nos faria pensar em uma primeira e uma segunda filosofia em Lênin, em um primeiro e em um segundo leninismo contrastantes entre si? O objetivo geral de nossa comunicação é propor um debate que pensamos se relacionar com tais problemáticas, desenvolvendo-as a partir de uma perspectiva por nós considerada particularmente importante: a da tradição dialética, de sua retomada por Marx e, como supomos, de sua compreensão e aplicação por Lênin.
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Marx e a Tradição Dialética
- 21.10 | Sexta-Feira | sala 55| 11h40
- sala 55
- 21/10/2016